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quinta-feira, abril 19, 2007

O melhor do humor involuntário

Estou lendo, aos poucos, o que parecer ser o livro mais engraçado que me caiu nas mãos neste ano: "A Massai branca", relato verídico de suíça que se apaixonou por guerreiro massai e viveu cinco anos com ele no Quênia. A intenção do livro é ser um daqueles relatos afrescalhados e histéricos de mulheres de mais de 40 que elas consideram uma "narrativa sensível". MAS com um pouco de malícia e vivência, você ri muito, porque na verdade, é um relato rocambolesco da quantidade de furadas em que uma mulher pode se meter quando desenvolve fantasias românticas malucas - no caso, dar para um negão, porque eles seriam "mais calorosos", "mais sensuais".
Essa ilusão cai por terra lá pela página 30, quando ela vai ter a primeira trepada com o "guerreiro massai" (que eu acho que na verdade devia ser um agricultor, um camelô, que mandou essa letra de "guerreiro" para pegar a suíça). Ela descobre que os massai não a) beijam na boca, b) deixam que lhe toquem os cabelos, c) deixam que lhe toquem os órgãos sexuais, d) tocam uma mulher da barriga para baixo. Ou seja, a sensualidade de um intercurso sexual massai está próximo de uma retirada de R$ 40 reais de um caixa eletrônico: insira o cartão, digite a senha e para esta operação não emitimos comprovante.
Mais adiante, ela toma a decisão de largar a Suíça para morar com o guerreiro massai em sua aldeia. Só que o massai, "discutindo a relação", sugere a ela que ela permaneça na Suíça e venha visitá-lo de três em três meses, "eu estarei esperando aqui"., etc. Ou seja, nosso massai, de quem eu estou gostando cada vez mais, apesar das tradições milenares, dos costumes alternativos à mesquinhez da vida burguesa ocidental, dos saberes orais, COMO TODO HOMEM, quer dar uma comida na suíça doida e depois ficar em paz - até para poder pegar outras vagabundas.
Hoje, parei no trecho sensacional em que a suíça, que volta ao país de origem para se desfazer de seus negócios, ao retornar para o Quênia, descobre que o massai não recebeu nenhuma das cinco cartas que ela lhe enviou neste período de afastamento. Uma amiga queniana descobre que foi porque ela mandou as cartas para um endereço em que os correios são dominados pelos massai do norte, que fazem o que querem com a correspondência, e geralmente omitem cartas dos outros massai, como o dela, só de sacanagem. "Mas eu pensei que todos os massai fossem unidos...", replica a suíça, diante da constatação de que o panafricanismo é uma entidade que só existiu na cabeça de editorialistas do "Le Monde" dos anos 50. Alegria de pobre é ver rico se fuder. Mas prazer de pobre é fuder o outro pobre que nem ele, e isso vale para todo o mundo globalizado.

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá!
Vim lhe fazer uma visitinha!
Eu gostei muito do seu blog!
Eu também estou lendo este livro, A Massai Branca!!
Beijos

Anônimo disse...

Oi!!
Estou aqui de novo!!
Obrigada pela visita!
Eu já acabei d eler o livro e você?
Beijos

Anônimo disse...

Oi!
Assisti ao filme e achei seus comentariosrudes e grosseiros,cada um pensa do jeito que interessa,adorei conhecer um pouco da cultura dos massai e quer saber,adoraria dar para um negao como aquele,sendo massai ou qualquer outro pois esses homens sao magnificos na cama!Talvez voce devesse experimentar e mudasse de ideia dos absurdos que escreveu!