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domingo, novembro 18, 2007

Prisioneiros políticos de Cuba

Abaixo, segue uma lista de alguns dos prisioneiros políticos em Cuba. Reparem nos crimes que eles cometeram e na gravidade das sentenças. Alguns fazem parte do Projeto Varela, que apenas buscava coletar assinaturas para pedir eleições em Cuba.


Víctor Rolando Arroyo Carmona. 54 anos. Sentenciado a 26 anos de prisão. Acusado de "minar a independência nacional e a integridade territorial", por contribuir para o site Cubanet - que distribui noticiário independente E TAMBÉM governamental de Cuba, e para a Radio Martí. Ah, sim, ele também foi acusado de manter uma biblioteca com 5 mil livros. Vou repetir: Ele foi condenado também por manter uma biblioteca com 5 mil livros. Ele foi condenado também por manter uma biblioteca com 5 mil livros. Ele foi condenado também por manter uma biblioteca com 5 mil livros. Ele foi condenado também por manter uma biblioteca com 5 mil livros

Regis Iglesias RamírezAge. 38 anos. Condenado a 18 anos de prisão por ser um militante do Projeto Varela. Acusado de "atos contra a independência ou a integridade territorial do Estado".

Librado Linares García. 47 anos. Sentença: 20 anos de prisão. Acusação: organizar atividades de reivindicação de direitos humanos, como reuniões, palestras e seminários.

Marcelo Cano Rodríguez. 42 anos. Sentença: 18 anos de prisão. Acusação: manter relações com a organização internacional Médicos sem Fronteiras (ele é médico). Também foi acusado - foi acusado - de buscar apoio na forma de remédios, roupas e livros, como uma maneira de "desestabilizar o Ministério da Saúde Pública e minar o sistema de bem-estar social em Cuba".

Oscar Elías Biscet González. 46 anos. Sentenciado a 25 anos de prisão. Acusação: "servir como mercenário em estado estrangeiro" e pendurar a bandeira de Cuba de cabeça para baixo (não sei quantos dos 25 anos são por isso, sorry). Ah, sim, o suposto mercenário e desrespeitador dos símbolos nacionais é dirigente da Fundação Lawton pelos Direitos Humanos, que pretende estabelecer em Cuba "um estado baseado no império da Lei".

Jose Daniel Ferrer García. Idade: 37 anos. Condenação: 25 anos. Acusação: apoiar o Projeto Varela e coordenar o Movimento de Libertação Cristã, duas organizações consideradas contra-revolucionárias em Cuba.

Luis Enrique Ferrer García. 35 anos. Condenação: 28 anos de prisão. Acusação: integrante do Projeto Varela e coordenador do Movimento de Libertação Cristã. Até agora, não há notícias de que Frei Betto tenha tentado algo pela libertação deste dois cristãos. Acusado, como Ferrer García, de "atos contra a independência ou a integridade territorial do Estado".

Iván Hernández Carrillo. 36 anos. Sentenciado a 25 anos de cadeia. Acusado de possuir um computador fabricado nos Estados Unidos, e de receber US$ 30 de contribuição de um porto-riquenho para a manutenção de sua biblioteca independente em Matanzas, a "Biblioteca Juan Gualberto Gómez II".

sábado, outubro 27, 2007

Três pontos

O link abaixo

http://www.nytimes.com/2007/10/26/world/asia/27cambo.html?_r=1&hp&oref=slogin


é uma reportagem do New York Times sobre um dos fotógrafos de Tuol Seng. Tuol Seng era um dos "campos da morte" que o Khmer Vermelho tinha no Camboja,quando, em quatro anos, eles mataram pelo menos 1,5 milhão de pessoas. Na reportagem tem até um link para o site deste antigo campo, com fotos de várias pessoas que foram mortas lá. Era uma forma de catalogação. Geralmente, elas chegavam no "estúdio" encapuzadas. Tiravam-lhe o capuz, eles perguntavam ao fotógrafo "mas o que foi que eu fiz?', ele não respondia - apenas tirava a foto, orientando o sujeito a virar um pouco mais para esquerda, ou mais para a direita, etc. O trabalho dele, afinal, era tirar a foto. Refletir sobre a própria vida, jamé.
Sempre acho que 90% das pessoas que eu conheço, sob as mesmas circunstâncias, também apenas tirariam a foto.
Três pontos sobre o Khmer Rouge que sempre valem a pena serem lembrados.
O cerne da governo do Khmer Rouge foi um vasto programa de reforma agrária, com a abolição da propriedade, e todo poder aos camponeses. Ou seja, o paraíso com que sonham os líderes sem-terra foi trazido à Terra no Camboja.
Com a exceção de um, todos os principais líderes do Khmer Rouge estudaram em Paris nos anos 50 - onde se inebriaram dos ensinamentos do Partido Comunista Francês e aquele trololó todo do Merleau-Ponty sobre "violência revolucionária". Se houve um lugar onde as idéias políticas de Sartre, Merleau-Ponty e a chique esquerda francesa dos anos 50 foi mesmo aplicada, foi no Camboja, nos anos 80. Foram bons alunos.
Terceiro ponto: quando começaram a surgir os primeiros relatos dos massacres dos camponeses do Camboja, Noam Chomsky disse que "provavelmente eram um exagero". Chomsky, que adora exagerar, dizendo que os EUA são nazistas, etc e tal, desta vez foi mais comedido. E continua sendo ouvido como árbitro moral do mundo pelos jornais brasileiros.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Vamo acabá com esse papo furado aê

Uma professora de Comunicação e Linguagem de Oxford, Deborah Cameron, soltou um livro na praça que vai estragar um dos mais recorrentes clichês usados em conversas chatas e papos-furados que passam por "discutir a relação". "The Myth of Mars and Venus: Do Men and Women Really Speak Different Languages?" diz que é pura balela a história de que mulheres falam mais do que os homens, se expressam mais, ou usam mais palavras - e provando isso com pesquisas. A estatística tão citada de que mulheres usam um vocabulário maior do que os homens comumente, é pura invenção, segundo Cameron. E homens e mulheres basicamente são iguais em quesitos como empatia numa conversa, compreensão ou capacidade de explicar seus argumentos. Se havia alguma diferença de pensamento e expressão fundamental desenvolvida na era das Cavernas, elas ficaram nas cavernas. O livro parece ser mais um exemplo da genialidade tirada do óbvio, uma forma de inteligência que se destaca cada vez mais. E embora seja um balde de água fria em conversas de cabeleireiro, seu alerta é extreamente útil para as mulheres, alerta Deborah, porque elas são as que mais têm a perder com este tipo de diferenciação sempre resssaltado e apregoado em livros lidos por elas, como "Mulheres são de Vênus, homens são de marte", ou por revistas femininas. A resenhistas da obra no "Times", Susannah Herbert, diz que "a literatura de ' Marte e Vênus' é marcadamente condescendente com os homens, que são apresentados como agressivos, infantis ou homens de Neanderthal grunindo em suas cavernas. Um autor até intitulou seu livro 'Se os homens pudessem falar'. Um livro chamado ' Se as mulheres pudessem pensar' seria instantaneamente denunciado", diz a resenhista.

sexta-feira, setembro 14, 2007

Os próximos lançamentos da Bienal do Livro

Cabulíada
Cabuldisséia
A República de Cabul
A Divina Cabul (poema em tercetos dividos em três partes: Cabul, Cabul e Cabul)
O livro das maravilhas de Cabul
O príncipe de Cabul
O pequeno príncipe de Cabul
Memórias de menina má em Cabul
O monge e o Executivo de Cabul
Meu pé de Laranja Lima de Cabul
Cabul do Picapau Amarelo
O velho, o mar e Cabul
O Cabul e o Sonho
Olhai os lírios de Cabul
As melhores piadas de Cabul
Seja você mesmo o seu Cabul
Não somos Cabul

terça-feira, julho 24, 2007

A importância de se ter malícia

Se você tivesse de escolher um lugar para comer bem, iria preferir o melhor restaurante da Suécia ou o melhor do Haiti? O economista Tyler Cowen recomenda o menu haitiano, no seu livro Discover Your Inner Economist. Ele argumenta que em países com maior disparidade de renda, existe mais gente sendo mal paga que topa trabalhar mais para cultivar e tratar de alimentos e de comida, e os ricos deste país vão se preocupar muito em comer extremamente bem porque isso é um sinal de status. Talvez isso explique porque, no Rio, se paga mais caro para se comer bem do que em São Paulo ou Belo Horizonte: a desigualdade aqui é maior porque os ricos cariocas não têm talento para criar suficiente crescimento econômico que dê chance aos pobres de melhorar de vida.
O livro de Tyler segue a linha de "Freakonomics" e analisa pelo ponto de vista econômico fatos da vida como a chance de sucesso de conquistar uma bonita mulher fingindo ignorá-la (não há garantia nenhuma de que isso funcione, avisa ele, decepcionando os feios, tímidos e preguiçosos que gostam desta tática), e alertando que a questão principal da economia não é o dinheiro, mas a escassez - que pode ser de tempo ou de carinho, por exemplo. É isso que faz a economia girar.
Até aí tudo bem. Mas só que tudo isso não é novo. Pode ser resumido numa frase que minha mãe gostava de me dizer: "meu filho, na vida a gente tem de ter malícia". Notável é que conclusões que seriam óbvias para quem tem um pouco de malícia sejam encadernadas e publicadas em forma de livro e vendam assim. Um fato da vida que livros como "Freakonomics" e esse acima revelam é que a malícia foi expulsa de outros campos das chamadas ciências humanas - por correção política, excesso de marxismo, distanciamento da realidade dos professores universitários encastelados, tudo junto. Mas sociólogos, antropólogos e outros ólogos estão mais preocupados em condenar moralmente algum fato inevitável da vida - em breve, algum francês chorará contra o "inevitável e amargo destino da Terra de girar em torno do sol", aguardem - ou rechear com palavras terminadas em "ão","ade", "ento" e "ismo" algum relato de um fato óbvio em suas teses de pós, mestrado, doutorado, etc. Algo do tipo "a questão da desigualdade social necessita um ativismo por parte da sociedade, por meio de um engajamento", etc. Sobrou para a economia olhar a vida como ela é e refletir sobre ela em formas mais práticas, porque afinal de contas, quem se forma em economia tem mais chances de ganhar dinheiro sendo prático do que quem se forma em sociologia, que tem mais chances de ganhar dinheiro escrevendo teses ilegíveis e desimportantes que denunciem algum fato social já sabido de todos. E isso também é um fato econômico.

segunda-feira, julho 23, 2007

Uma artigo de separação

Na década de 30, nos Estados Unidos, o jornalista e crítico H. L. Mencken perdeu o posto que até então tinha de mais influente formador de opinião de seu país, entre jovens e velhos. Motivo: usou contra o presidente Roosevelt o mesmo arsenal de ataques e xingamentos com que tinha metralhado os antecessores no cargo. Mencken continuou o mesmo, mas o público tinha mudado: no meio da depressão econômica, seu público queria menos mordacidade, menos azedume, e um pouco mais de esperança para agüentar uma realidade por si só desoladora. Roosevelt conseguiu encarnar essa esperança - e o jornalista que apresentou aos americanos Ibsen, Shaw, Eugene O´Neill e Sinclair Lewis, não tinha entendido os novos tempos.
Na semana passada, Luis Fernando Verissimo pode ter caído em uma armadilha similar, mas com os sinais trocados: dois dias depois do maior acidente de aviação da história do Brasil ter culminado dez meses de crise nos aeroportos, em boa parte por inação no governo, Veríssimo publicou uma crônica em que determinava ser proibido vaiar Lula, como fez o público reunido no Maracanã na abertura do Pan.
Se tivesse publicado isso uma semana antes, o efeito da crônica teria sido menos desastroso. Mas havia um desastre de avião, o sumiço do presidente, e, no dia seguinte, a grosseria dos petistas no Palácio do Planalto. A adesão de Verissimo ao governo Lula não era novidade. Mas acrescida destes elementos, soou ofensiva. Uma ofensa a mais, e uma abertura de guarda, foi comparar os que vaiaram Lula aos homens de direita que apoiaram Hitler porque ele seria um remédio contra Stálin, e à esquerda que apoiou Stálin porque ele seria uma barreira contra Hitler. Quem entende um pouco de história, a partir destas comparações, pode se lembrar que, entre 1939 e 1941, todos os comunistas tornaram-se favoráveis à Alemanha Nazista, porque seguiram cegamente a orientação da União Soviética, que tinha feito com Hitler um acordo para partilhar a Europa. Foi o mesmo tipo de submissão cega que Verissimo pediu aos seus leitores para terem com Lula.
O efeito deste texto vai ser especialmente danoso porque Verissimo fez sucesso como um escritor voltado para a classe média. Seu humor é para a classe média, os dramas de que ri são de classe média, este grupo social que é o mais interessante de todos porque está sempre na ânsia de querer subir um degrau acima e no medo de descer um degrau abaixo na escala econômica - e cujo inconformismo a torna o motor de todas as revoluções políticas e estéticas bem-sucedidas dos últimos 200 anos. Ao dizer para esta classe média, cansada de pagar impostos e nada receber em troca, que eles não têm sequer o direito de chiar um pouco, Verissimo mandou seu público procurar outra freguesia. E é o que eles vão fazer, porque os tempos mudaram e o criador do Analista de Bagé não está entendendo mais a piada que se tornou a realidade.

domingo, julho 08, 2007

A matéria óbvia

O Guardian, meu jornal favorito, fez a matéria óbvia sobre o Live Earth: pediu para uma empresa especializada em medir o consumo de carbono pelos seres viventes do nosso planeta calcular quanto se gastou em termos destas moléculas que eram meu terror nas aulas de química com a produção, execução e reunião de pessoas para ver os shows do Live Earth. A emnpresa apontou que, num sábado, contando as viagens dos artistas, a montagem dos palcos, equipamento de som, mais a logística do transporte da coisa toda, mais a reunião de pessoas, quem prestigiou e participou dessa iniciativa tão legal, não é mesmo, gente?, torrou o equivalente ao carbono consumido por 3 mil moradores da Grã-Bretanha num ano. Mas foi por uma boa causa, como diria Trotkski mandando matar os marinheiros em greve de Kronstadt.

sábado, maio 26, 2007

A voz da sociedade civil desorganizada cubana

Na semana que vem, começa uma discussão sobre direitos humanos em Cuba, envolvendo o governo espanhol. O pessoal do Projeto Democrata Cubano avisa: a imprensa cubana ignorou o assunto. E que não foram ouvidos nem chamados para o encontro representantes da sociedade civil desorganizada - é melhor chamar assim, para diferenciar dos espiões que Fidel plantou em qualquer agrupamento de pessoas na ilha; isso sim é que é a parte "organizada" da sociedade civil.

PROYECTO DEMÓCRATA CUBANO
Miembro de la Organización Demócrata Cristiana de América (ODCA).

Sede: 7ma. # 49405 (altos), e/ 494 y 494-A. Guanabo, Habana del Este, Ciudad de La Habana, Cuba. C.P.: 19120
Telefax: (537) 96-2636 Otro teléf: (537) 642-9371 E-mail: prodecu@gmail.com Sitio web: http://www.prodecu.org





DECLARACIÓN



Las agencias internacionales de noticias han informado que los venideros días 29 y 30 de mayo comenzarán en la capital de nuestra nación las conversaciones sobre el tema de los derechos humanos entre las delegaciones del Reino de España y las del gobierno cubano. Estas fueron previstas en los acuerdos tomados durante la visita a Cuba del canciller español Miguel Ángel Moratinos el pasado mes de abril.

Aunque para nosotros, los cubanos del archipiélago, no constituye una sorpresa que la prensa nacional no se haya pronunciado aún sobre este importante acontecimiento, en esta oportunidad, el silencio reafirma lo complejo y sensible que ha resultado y resulta para las autoridades cubanas todo lo relacionado con este crucial y crispante asunto.

A pesar de que también con relación al tema de los derechos humanos el gobierno continúa excluyendo a la sociedad civil independiente cubana —la que debe hacerse escuchar, paradójicamente, mediante interlocutores extranjeros—, el hecho en sí mismo de esta reunión en La Habana abre un nuevo y esperanzador espacio al diálogo constructivo y crea nuevas expectativas sobre la importancia de la institucionalización de la agenda de todos los derechos humanos para todos, tal y como están recogidos en la carta universal al respecto y de la cual Cuba fue promotora y firmante.

Este primer encuentro que tendrá lugar próximamente, ha focalizado el interés, tanto de la comunidad internacional como del interior del país, hacia los presos políticos pacíficos y prisioneros de conciencia que guardan prisión y sobre los que evidentemente existe el consenso de que su excarcelación debe ser tomada en cuenta como una de las prioridades de estas reuniones.

Los militantes del Proyecto Demócrata Cubano esperamos que este evento, por sus logros —entre los que estaría la garantía de la continuidad periódica de estos encuentros—, reafirme la importancia de las políticas de negociación respetuosa como el camino más expedito para el saneamiento de las relaciones entre la comunidad democrática internacional y las autoridades cubanas y entre estas y la comunidad opositora pacífica de Cuba. De igual manera que esperamos que contribuya al diseño de una nueva política europea de acercamiento al tema cubano para la cual sabemos se necesitan nuevos referentes, imaginación y audacia.








Rafael León Rodríguez
Coordinador General


San Cristóbal de La Habana, 25 de mayo de 2007.

quinta-feira, abril 19, 2007

O melhor do humor involuntário

Estou lendo, aos poucos, o que parecer ser o livro mais engraçado que me caiu nas mãos neste ano: "A Massai branca", relato verídico de suíça que se apaixonou por guerreiro massai e viveu cinco anos com ele no Quênia. A intenção do livro é ser um daqueles relatos afrescalhados e histéricos de mulheres de mais de 40 que elas consideram uma "narrativa sensível". MAS com um pouco de malícia e vivência, você ri muito, porque na verdade, é um relato rocambolesco da quantidade de furadas em que uma mulher pode se meter quando desenvolve fantasias românticas malucas - no caso, dar para um negão, porque eles seriam "mais calorosos", "mais sensuais".
Essa ilusão cai por terra lá pela página 30, quando ela vai ter a primeira trepada com o "guerreiro massai" (que eu acho que na verdade devia ser um agricultor, um camelô, que mandou essa letra de "guerreiro" para pegar a suíça). Ela descobre que os massai não a) beijam na boca, b) deixam que lhe toquem os cabelos, c) deixam que lhe toquem os órgãos sexuais, d) tocam uma mulher da barriga para baixo. Ou seja, a sensualidade de um intercurso sexual massai está próximo de uma retirada de R$ 40 reais de um caixa eletrônico: insira o cartão, digite a senha e para esta operação não emitimos comprovante.
Mais adiante, ela toma a decisão de largar a Suíça para morar com o guerreiro massai em sua aldeia. Só que o massai, "discutindo a relação", sugere a ela que ela permaneça na Suíça e venha visitá-lo de três em três meses, "eu estarei esperando aqui"., etc. Ou seja, nosso massai, de quem eu estou gostando cada vez mais, apesar das tradições milenares, dos costumes alternativos à mesquinhez da vida burguesa ocidental, dos saberes orais, COMO TODO HOMEM, quer dar uma comida na suíça doida e depois ficar em paz - até para poder pegar outras vagabundas.
Hoje, parei no trecho sensacional em que a suíça, que volta ao país de origem para se desfazer de seus negócios, ao retornar para o Quênia, descobre que o massai não recebeu nenhuma das cinco cartas que ela lhe enviou neste período de afastamento. Uma amiga queniana descobre que foi porque ela mandou as cartas para um endereço em que os correios são dominados pelos massai do norte, que fazem o que querem com a correspondência, e geralmente omitem cartas dos outros massai, como o dela, só de sacanagem. "Mas eu pensei que todos os massai fossem unidos...", replica a suíça, diante da constatação de que o panafricanismo é uma entidade que só existiu na cabeça de editorialistas do "Le Monde" dos anos 50. Alegria de pobre é ver rico se fuder. Mas prazer de pobre é fuder o outro pobre que nem ele, e isso vale para todo o mundo globalizado.

quarta-feira, abril 18, 2007

O assassino enquanto autor teatral

Tá em algum jornal hoje um "especialista" dizendo que é difícil saber o que um assassino em massa como Seung Cho pensa, porque eles geralmente se matam ou são mortos depois do massacre. Mas Cho deixou pelo menos uma pista, que está no site "Smoking Gun". A peça "Richard McBeef", de sua autoria. A história é de um garoto de 13 anos, John, que acusa o padastro, o Richard do título, de matar o pai e de pedofilia.
É tão óbvio e mal escrito que, se estivesse no Brasil, Cho já teria sido contratado como roteirista de novelas. Mas revela muita coisa. Richard McBeef e sua mulher, a mãe de John, praticamente nem existem como personagens: são só alvo dos xingamentos e da insatisfação do adolescente. Para chamar o padastro, que ele só nomeia como "Dick", de pedófilo, ele o acusa de ser um "padre" e "Michael Jackson". Quando o acusa de ter matado o pai, John diz que McBeef forjou o incidente no barco que provocou a morte, "do mesmo jeito que o governo encobriu o que realmente houve com Marilyn e Kennedy". Aliás, John nem mostra amor pelo pai: diz que ele também não merecia a mãe - é um Hamlet sem culpas. Ele transforma em acusação até o fato de McBeef ter "trabalhado para o governo". Mais adiante, diz quer quer matar o padastro porque ele "se entope de McDonald´s".
Pai, padastro, governo, Igreja, consumo de massa, cultura da celebridade e escândalos estimulados pelos meios de comunicação: John, o personagem do assassino, odiava todas estas marcas da sociedade americana. E não pára nunca de acusar os outros. A cultura da reclamação, expressão criada pelo crítico de arte Robert Hughes, está formando seus anjos vingadores.

O que realmente interessa em Cuba

Enquanto aparecem notícias de que Fidel está cada vez melhor de saúde - em ditaduras e mesmo em governos democráticos, anúncios deste tipo costumam significar exatamente o contrário - a vida continua em Cuba. E o Projeto Democrata Cubano, ligada à Organização Democrata Cristã da América (OCDA), lançou pela Internet o manifesto abaixo. São poucas linhas - mas estes sinais de movimentação pela restauração da democracia no país terão efeitos mais importantes, a longo prazo, do que saber se Fidel cagou duro ou cagou mole. O site deles é http://www.prodecu.org


DECLARACIÓN


Hemos conocido que un grupo de compatriotas de la comunidad opositora al interior de Cuba publicitó un mensaje dirigido a los pueblos de Cuba y del mundo titulado “Unidad por la libertad”.

Los militantes y colaboradores del Proyecto Demócrata Cubano nos identificamos plenamente con el espíritu de la letra de esta iniciativa y con los propósitos y principios que en ella se reflejan.

Nuestra organización, que tradicionalmente ha privilegiado el respeto a la diversidad de proyectos y al pluralismo participativo desde la ética en la búsqueda de los cambios pacíficos hacia la democracia en Cuba, significa su disposición a trabajar mancomunadamente por el éxito de estos justos y compartidos objetivos. Asimismo, expresamos nuestro acuerdo con los postulados que promueven esta nueva acción ciudadana.

Nos parece positiva esta reciente intención de la oposición pacífica interna en el fomento de ambientes y espacios de tolerancia, respeto y pluralidad como el más loable y elevado consenso al que aspiramos para la necesaria e inaplazable unidad por la libertad de Cuba.


Rafael León Rodríguez
Coordinador General


San Cristóbal de La Habana, 17 de abril de 2007.

sábado, março 10, 2007

















Esse vaso de plantas fica na varanda da minha casa. Desenhas os pequenos detalhes das plantas, tentar reproduzir as sombras provocadas pela luz solar no vaso - foi demorado e um prazer, se concentrar num pedaço tão pequeno de realidade.

domingo, janeiro 07, 2007

isso sim é uma verdade incoveniente

Finalmente um tema que realmente merece uma polêmica - isso se não houver censura politicamente correta nos jornais: Steve Putnam, que no ano passado ganhou um dos mais importantes prêmios dados a cientistas políticos no mundo (não sabia que se premiava esse tipo de atividade), fez uma pesquisa que vai fazer os apologistas da diversidade engolirem em seco - como ele mesmo o fez, demorando cinco anos para divulgar seus dados, porque antes queria tentar descobrir uma solução para o problema apontado no seu estudo.
Professor de Harvard, ex-assessor de Jimmy Cartner, Putnam, quando recebeu o tal prêmio na Suécia - US$ 50 mil - confessou para um colunista do "FinancialTimes", John Lloyd, a verdade incoveniente de seu último trabalho acadêmico - a diversidade não colabora, mas degrada a cooperação entre os membros de uma comunidade. Ele chegou a esta conclusão depois de pesquisar 26.200 pessoas em 40 comunidades americanas. Ajustando os dados de acordo com as diferenças de classe, renda e outros fatores, sobrou o seguinte: quanto mais pessoas de culturas e etnias diferentes vivem na mesma comunidade, maior o aumento da desconfiança, menor a solidariedade com o seu vizinho e com as instituições que representam aquela comunidade - autoridades, jornais, líderes religiosos, e opr aí. Duas coisas aumentam em comunidades deste tipo, segundo Putnam: mais gente vê televisão e há mais marchas de protesto - o que não é algo para se comemorar, a não ser que você seja um ativista em busca de carreira política ou um diretor de programação de TV pensando em como baixar um pouco mais o nível para ganhar mais audiência
Um exemplo empírico desta desagregação, apontada pela pesquisa: Los Angeles, não por coincidência, o cenário do filme "Crash", ganhador do Oscar, que trata justamente da desconfiança entre negros, brancos, chineses, turcos, etc. Não por acaso, antes de a pesquisa ser revelada por Lloyd, ela só havia sido mencionada em 2001 em uma reportagem do "Los Angeles Times" com o título de “Love Thy Neighbor? Not in L.A.”

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Sempre rir

Fundado em 1988, o Edge Foundation promove discussões de assuntos intelectuais, artísticos, sociais e literários, e tem uma revista, que, todo fim de ano, publica um número para quem busca forças para agüentar o ano seguinte. Neste número, vários estudiosos de áreas diferenciadas respondem porque devemos ser otimistas com o futuro, quando tanta notícia tenta aumentar o nosso pessimismo, graças aos avanços científicos. Alguns exemplos de otimismo do último número:
Jerry Adler, editor da Newsweek, acredita que em algum momento do século XXI ele vai entender - assim como nós - a física do século XX - relatividade, física quântica, supercordas, essas coisas.
Linda Stone, ex-vice-presidente da Microsoft e co-fundadora e diretora da Microsoft's Virtual Worlds Group/Social Computing Group, aposta que "as pessoas vão usar efetivamente a tecnologia como meio para uma comunidade global mais saudável"
Irene Pepperberg, psicóloga de Harvard, acredita numa segunda e melhor era iluminista, mesmo e por causa das guerras e genocídios que o mundo enfrenta.
Roger Highfield, editor de Ciência do "The Daily Telegraph", aposta que as pessoas ficarão "imunes ao hype": "com o tempo, o público vai gastar mais tempo apreciando o céu azul da ciência e não a torrente marrom de expectativas paroquiais e egoístas sobre o que a ciência pode fazer por ele. A Ciência não tem de ser útil, a não ser por criar modelos sobre como a natureza funciona. "
Judith Rich Harris, uma investigadora e teórica independente autora de um livro sobre a natureza humana e sua individualidade, aposta na sobrevivência da amizade — "talvez você tenha ouvido previsões sombrias sobre a amizade: está morrendo, as pessoas não têm mais em quem confiar", começa ela em seu artigo. "Mas a amizade não está morrendo: está mudando, adaptando-se às mudanças no mundo (...) talvez seja mais difícil achar um parceiro de boliche, mas é fácil achar algum para um chat."
Outras previsões em http://www.edge.org/q2007/q07_index.html