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quarta-feira, outubro 26, 2005

A FRASE DO DIA foi dita hoje, segundo o Globo Online, pelo diretor do Sindicato dos Profissionais de Processamento de Dados do Distrito Federal Avel Alencar, de 42 anos, adminto que foi o responsável pela confecção de três mil cartazes com uma fotomontagem do presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), vestindo um uniforme de nazista. Ao dizer que queria processar Bornhausen por racismo por ele ter usado o termo "raça petista" (qual a pena para os locutores de futebol que pedem mais raça aos times?), ele procurou isentar a participação do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e de petistas e gente do governo do ato, como suspeitou o senador. E saiu-se com esta, para criticar o senador e assumir sozinho a feitura dos cartazes.
- O Bornhausen não reconhece que a sub-raça tem capacidade de raciocínio?

Parece que Goebbels mexeu-se na tumba: "como não pensei num slogan destes?", praguejou, em alemão.
Quando vinha ao Rio, papai, como, aliás, todos os nordestinos, só se hospedava no Hotel Serrador, aquele hotel redondo ali na Cinelândia. Um dia viemos eu, ele e mamãe, e eu pedi para a gente ficar no Hotel Glória. Papai disse que não tinha dinheiro pra isso, mas acabou cedendo. Lembro até hoje da data, por motivos mais ou menos óbvios: 27 de março de 1964. Era a época de Gregório Bezerra, Francisco Julião. Sei que a usina foi invadida pelo pessoal do campo, papai teve que voltar pra Recife e nós duas ficamos no hotel. No dia 31, estoura a revolução e ele fica impedido de voltar.
Mamãe precisava falar com papai. O telefone do nosso quarto tinha sido bloqueado. Desço com ela para o restaurante e pergunto a um garçom pelo dono. Ele me aponta um homem de bigode, cabelo preto. Vou até ele:
- O senhor pode deixar a gente falar no telefone? Minha mãe precisa falar com meu pai – pedi. - Ah, minha princesinha, eu não posso fazer nada. - Mas o garçom disse que o senhor é o dono do hotel. - Não, não sou não. - Então o senhor é mentiroso ou o seu garçom é mentiroso. - O que você quer, minha princesinha? - Minha mãe precisa telefonar para o meu pai. - Então venham ao meu escritório.
Quando a gente estava saindo do escritório dele, ele vira-se pra mim e diz: - Você quer casar comigo? - O senhor é maluco? Eu não gosto de homem de bigode. O senhor parece meu pai. Ele riu muito e três meses depois nos casamos.
Maria Clara Tapajós casou-se aos 19 anos com Eduardo Tapajós, um dos proprietários do Hotel Glória no Rio. A história está no site Um Balcão na Capital - Memórias do Comércio na Cidade do Rio de Janeiro (http://www.museudapessoa.net/hotsites/sescrio/).
  • "Valores morais" têm decidido eleições e ganharam um peso maior em discussões políticas - e no Canadá, os valores morais da tolerância e discernimento aparentemente estão criando uma situação que, para nós, parece ser do outro mundo: André Boisclair, um candidato à liderança do partido separatista de Quebec, estava firme na disputa, apesar de nunca ter escondido sua homossexualidade.
    Pois bem, no mês passado, uma reportagem mostrou que Bisclair sabia cutir a noite em Quebec - inclusive enchendo a cara e cheirando pó - ainda em 1990.
    É para derrubar qualquer um, não? Mas Boisclair não tentou sair pela tangente ou largou a disputa: assumiu que consumiu cocaína sim.
    O resultado: Boisclair fortaleceu-se na liderança da disputa. Pesquisas mostraram que o uso da cocaína não era um assunto para ser levado em conta na eleição.
    "Foi uma maneira de mostrar compaixão e empatia pela intrusão na vida das pesoas", disse Alain Gagnon , um cientista político da Universidade Quebec em Monteral, ao New York Times, de onde eu tirei essa história, que me foi enviada por um amigo. "A tolerância é algo que define o caráter de Quebec. Isso vem de nossa história como um grupo dominado"
HOje deve ser o último dia em que poderemos acompanhar as aventuras de Bruna Surfistinha no seu blog (http://www.brunasurfistinha.com/blogs/). Ela foi o primeiro fenômeno da Internet no Brasil (?). Lógico que ler sobre seus programas era excitante, divertido, atrai. Mas o que ela diz entre um programa e outro, sobre a vida, o tédio do domingo, o bicho de estimação, a ida ao shopping, o gamão virtual, é bem escrito, sincero, e consegue exprimir o que há e o que não há na cabeça de muita gente da mesma idade que zanza por aí, sem objetivo definido, sem ter valores mais definidos, sem saber o que fazer com os primeiros anos do resto de suas vidas.