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quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Imitação da vida

Mercado de artes é como qualquer mercado, ou uma imitação do mercado financeiro. Os investidores estão fazendo, na primeira década deste século, o movimento que os dealers e traders fizeram na última década do século passado: apostando em ativos de emergentes, que podem ter uma grande rentabilidade sobre um preço baratinho. Primeiro foi a China. Agora, artistas indianos são convidados para o Arco de Madri, pelo que li na Folha de S. Paulo. Vi uma expo de arte contemporânea chinesa no ano passado. Fraquíssima. Imitação do que se faziam em Nova York e Berlim nos anos 80, mas com todo mundo de olho puxado. Agora, pelo que vi na reportagem da "Folha de S. Paulo" sobre o Arco, temos um artista indiano que exibe duas figuras hindus, lado a lado, divididas por uma imagem de caveira esparramada no chão - sim, sim, é uma "referência" à aquele quadro do Hans Holbein, "Os embaixadores". O editor da Ilustrada não sacou, parece, pois não fez referência ao Holbein. Mas funciona assim: galeristas e colecionadores compram, depois repassam para arrivistas sociais cheio de grana querendo reconhecimento dos sofisticados, e daqui a vinte anos, estas obras vão estar em mostras organizadas mais para mostrar o "espírito da época", o "zeitgeist", os hábitos de consumo, do que para mostrar arte mesmo.

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