Instado por uma amiga, assisti a alguns dos... melhores momentos? do Big Brother. O que pensar disso? Foi engraçado, ver aquele bando de gente se comportando como adolescente. Talvez este seja o segredo do sucesso da coisa toda, acompanhar as aventuras de uma turma de gente que não quer crescer numa Terra do Nunca em forma de casa cenográfica. Foi bom olhar as bundas e peitos das vagabas que lá estão fazendo lap dance, numa festa na terça-feira. Mas realmente não me pega. Aquelas pessoas são todas desinteressantes, é o tipo de gente do qual eu passo meus dias fugindo, não vou deixá-los entrar aqui em casa.
De mais a mais, resta a constatação de que talvez não haja nenhum escritor do século XX que tenha tido um fim tão amargo quanto George Orwell, mesmo, ou principalmente, depois de morto. Seu "1984" foi criado como um alerta para o perigo de um futuro totalitarista em todo o mundo, uma denúncia contra Stalin, que quase o matou na Guerra Civil Espanhola, que não foi entendido e foi perseguido na época - cadê o grande livro da máquina de propaganda dos comunistas, heim? Agora, a melhor criação do livro, o "Grande Irmão", o alerta contra a falsidade e a distorção do sentido da linguagem pelo totalitarismo, teve seu sentido distorcido para tornar-se um show de "realidade de mentirinha" - que era, no fundo, algo contra o qual ele também lutava. É como se estivessem violando o cadáver.
sexta-feira, janeiro 23, 2009
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